Vários foram os que compreenderam o meu desabafo no artigo Eu não sou teu coleguinha de carteira! Sou teu PROFESSOR e quem manda aqui sou EU!!! e concordaram com ele, outros ficaram chocados com a agressividade do texto e o tom do mesmo. Aceito, estava chateado e saiu assim, hoje talvez não fosse tão duro…
Quem acompanha o ComRegras sabe que não escrevo artigos para serem politicamente corretos, não escrevo artigos para ficarem bem na fotografia, escrevo aquilo que vejo, sinto e preciso de dizer. Os professores não são máquinas, os professores enquanto adultos têm uma capacidade de encaixe muito superior à maioria dos cidadãos e naturalmente muito superior à dos alunos. Mas existem limites e os professores também têm os seus… Eu tenho os meus…
O que foi escrito e o título do artigo não é a minha realidade diária, foi uma situação esporádica, mas as reações levaram-me a constatar que é mais comum do que deveria ser. A expressão utilizada foi dita sim, e serviu para que o aluno percebesse bem que existe uma diferença entre ser professor e ser aluno, que não estamos no mesmo patamar. Não posso aceitar que um aluno questione uma progressão pedagógica ou a estrutura de uma aula, quando nem sequer sabe as regras básicas da modalidade que está a ser lecionada. Estudei 17 anos, dou aula há 15, tenho 40 de idade e enquanto aluno nunca me atreveria a questionar um professor na forma e no tom ao qual assisti. É uma questão de respeito e de ter a noção que o professor é um especialista no ensino e não um colega de turma onde se fala como se estivesse num café…
Dominar uma aula, sentir a turma controlada, não vai lá só com afeto e mimo. Por vezes é preciso falar “grosso”, por vezes é preciso levantar a voz, por vezes é preciso bater o pé e mandar calar, mandar sair. A disciplina não nasce por geração espontânea, conquista-se! Não através do autoritarismo mas através de um equilíbrio entre o afeto e o falar “grosso”, o estar disponível para ouvir, mas chamar à atenção quando necessário.
Não existem receitas para a disciplina, mas existem exemplos do que não deve ser feito, nomeadamente “engolir” excessos de juventude.
A escola é muitas vezes rude e crua e poucos são os textos que leio que transmitem a realidade como ela é, como se estivéssemos efetivamente lá. Escrevo tal como dou aulas, com o coração, com todas as virtudes e defeitos que estejam associados a isso e assumo o risco mas também os benefícios. Não sou santo, nem pretendo ser…
Existem diferentes caminhos, existem diferentes formas de estar, todos somos diferentes, mas todos temos o mesmo objetivo – que os nossos alunos aprendam e sejam melhores do que ontem. E para aqueles que ficaram a pensar que trato mal os meus alunos, partilho algo que lhes digo quando necessário.
Tudo o que vos digo é para o vosso bem, é aquilo que vocês precisam de ouvir naquele preciso momento para serem melhores alunos, melhores pessoas. Quando me zango convosco, é apenas uma forma diferente de dizer que gosto de vocês, que me preocupo com vocês. Enquanto assim for, sabem que estarei por perto…
Alexandre Henriques
Concordo plenamente!
Faço o mesmo com os meus alunos e com os meus filhos!
Vivemos momentos estremos…repreender…chamar à atenção…é maltratar…ofender…. Os professores perderam toda a autoridade… lamentável!! Como era no nosso tempo?!?…nem abrimos a pouca… não podíamos participar nas aulas…com autonomia… Hoje é um descalabro total…temos de fazer a função das famílias??… Educar!!! Em vez de ajudarmos a crescer…com bagagem…para serem bons cidadãos…!! O professor é o causador de tudo…?!?… Ao que chegou a nossa profissão!!!..,Tristeza…!!
Confunde – se liberdade com bandalheira, democracia com vale tudo e, quando se fica chocado, o primeiro pensamento é: temos o que merecemos. Abraço
Não volte atrás! Não peça desculpa pelo que escreveu! Quem não o compreendeu desconhece a realidade total. Sou mais velha e tenho mais anos de serviço e constatei uma diferença no comportamento dos alunos desde há dez anos atrás. Adaptei-me à nova realidade e penso que com sucesso. A culpa não é dos alunos. É dos encarregados de educação, de alguns colegas de trabalho e principalmente dos órgãos de direção e seus apoiantes. Pena que se levem para dentro da escola questões políticas mal resolvidas ou não resolvidas cá fora, que se gerem conflitos dentro e fora da instituição e com outras instituições e estes senhores não tenham emenda e não compreendam as consequências das suas atitudes, como a destruição da própria organização educativa. Não se arrependa do que disse.
Completamente de acordo.
Não foi um pedido de desculpa, foi mais um enquadramento.
Neste caso temos um estudo de caso…
Bom! Vou estudar…