Os resultados desta sondagem deviam ser vistos pelas associações de pais que defendem o modelo Escola a Tempo Inteiro. A escola não é um depósito, não é um ATL e não cabe à escola substituir os pais. A sociedade está virada para proteger o trabalho em detrimento da família, a sua ausência na formação e acompanhamento dos filhos tem trazido um agravamento da falta de valores e comportamentos desviantes.
Os alunos precisam de mais tempo para a assimilação e consolidação de conteúdos, os programas são extensos e intensos. O que foi feito, principalmente nas disciplinas ditas nucleares, mais não foi que aumentar a carga da aula para não mudar os currículos. O PISA diz que houve melhorias… ó meus amigos, se eu passar 6 tempos por semana a dar geografia, história, inglês, EVT ou informática, os resultados também iriam melhorar. Mas a que preço???
Menos pode ser mais, principalmente no 1º ciclo, onde os alunos passam de uma mudança radical do pré-escolar, para um dia inteiro sentados. Se acrescentarmos que a maioria das escolas (afirmação da última comunicação conjunta do Comité Olímpico de Portugal e as principais associações de Educação Física – CNAPEFD e SPEF) não cumpre com as horas de Expressões obrigatórias e que constam na matriz do 1º ciclo, somando a questão dos trabalhos de casa, que rouba tempo importante à família e que podia ser utilizado para o desenvolvimento afetivo das crianças e jovens, estamos perante um burnout estudantil que há muito é ignorado.
E se os professores julgam que a consequência natural é o aumento do desemprego na classe, desenganem-se… o que falta mais é professores nas escolas. Reduzam as turmas de forma significativa e vão ver que até precisam de contratar mais professores.
Termino citando-me e com uns gráficos elucidativos.
“A carga letiva atribuída aos alunos portugueses não tem a mínima consideração pela sua idade, não tem uma lógica progressiva, sendo estes vítimas de múltiplos interesses exceto os dos próprios alunos.”
Alexandre Henriques
Bom dia!
Sou docente e há muitos anos e concordo plenamente com a redução de carga horária, pois há uns anos para cá que me deparo com situações preocupantes relativas ao comportamento e rendimento dos alunos, para além de outras…dentro da própria classe docente, eu que tive sempre um relacionamento excelente quer com os alunos, quer com o pais e encarregados de educação, reconhecido por muitos e ao longo destes vinte e tal anos de serviço, a caminho dos trinta. Peço desculpa aos meus colegas, mas não concordo nada nem com esta carga horária, nem com os obrigatórios trabalhos de casa dos alunos. Cumprimentos,