Só quando os problemas surgem é que realmente pensamos neles. Na China e em Seattle, milhares (milhões?) de alunos estão neste momento em casa usufruindo da versão do século XXI da “Telescola”.
Com as potencialidades que a Internet neste momento disponibiliza, esta “nova” forma de ensinar não será estranha aos alunos, pois estes estão mais que habituados a lidar com as novas tecnologias e a “aprender” utilizando diferentes plataformas digitais (ex: youtube; Tic Toc, etc).
As próprias multinacionais como por exemplo a Microsoft, já perceberam que esta é uma área com grande margem de progressão e imenso potencial financeiro. Por cá, as principais editoras caminham cada vez mais para um ensino digital, onde o aluno é o seu próprio motor através de uma interatividade que lhes é fornecida.
Quando ocorrem grandes abanões sociais, com consequências significativas, surgem oportunidades e desenvolvimentos impostos pela própria necessidade. Sempre foi assim e sempre será assim.
A palavra do ano 2020 será seguramente o coronavírus, mas ninguém pode garantir que o verão ou que em 2021 estejamos livres do “bicho”. Hoje é o coronavírus, amanhã pode ser outro qualquer, ou mesmo uma guerra em larga escala que inviabilize a ida natural às escolas.
Alguns professores poderão pensar que esta evolução irá substituir o típico professor pelo Dr. Google. Não acredito, pelo menos com a atual tecnologia disponível, o ser humano continua a ser o melhor professor e as tecnologias ainda são vistas como uma ferramenta e não como um substituto.
Felizmente que hoje em dia podemos “hibernar” dentro de casa e continuar a ensinar/aprender. Em Portugal seria um pouco mais difícil, mas mesmo assim não seria de todo impossível tendo em conta as infraestruturas existentes e a qualidade da rede de internet disponível. Naturalmente que muitas outras questões se iriam levantar pois a visão que temos de escola não nos permite vislumbrar outro formato de ensino, mas em caso de emergência nacional ou mundial, prefiro saber que pelo menos existe esta possibilidade e que outros países até estão a implementá-la com sucesso.
Sempre é melhor do que ficarmos “tolinhos” uma cumprir uma qualquer quarentena.
Para refletir…
Covid-19 ‘dá saúde’ ao ensino à distância
Seattle-area school district closes due to COVID-19, will move 23K students to online learning
Covid-19: Aulas por video-chamada são a nova normalidade na China. O que ser pode ser “mais suave”, mas “falta interatividade”
Em Portugal existe o ensino a distância em várias modalidades.
Por exemplo : o ESRAD – Ensino secundário recorrente a distância e o EAD
No caso do ESRAD temos o Agrupamento de Escolas de Mangualde e o Camões como escolas sede. E no EAD a Fonseca Benevides.
De notar que notei algumas ideias no texto no texto que devem ser noutro contexto reanalisadas
-Os alunos estão habituados etc e tal.. ERRADO! Não é assim! Isso dos nativos digitais… é muito discutível.
-O Ensino a distância não consiste na colocação de uns vídeos e textos! ( infelizmente algumas instituições do ensino superior e organismos oficiais fazem isso na formação)
-O modelo de ensino a distância de hoje não tem nada a ver com ideias tipo “teleescola”.
-A interatividade é total! Acreditem!
-Não confundir ensino a distância com envio de emails com textos .
-As aulas síncronas funcionam como uma aula normal. ( mas dão mais trabalho ao professor)
-O único problema é conseguir que não repliquem o modelo tradicional presencial. Este é o problema que só se consegue resolver com tempo.
-Um bom professor “presencial” será na mesma um bom professor a distância. Tal como um mau professor presencial será um mau professor a distância
-O modelo é muito exigente para o aluno. Exige capacidade de organização e competências que nem todos possuem.
-Esqueçam isso do “face to face” …. preciso de ver o aluno… Isso ultrapassa-se rapidamente .
-E sim dentro de algumas décadas este modelo vai mesmo substituir o modelo de escola que temos.
José Martins, de acordo. Apenas para esclarecer que o que quis referir, foi o facto dos alunos estarem mais habituados, direi, aceitarem com maior naturalidade um ensino via plataformas digitais, ao contrário de muitos professores.
Sim é evidente que sim. Mas apenas nisso. E isso não é necessariamente bom . É muito difícil aos mais novos passar do lado lúdico das aplicações para o lado da aprendizagem e da componente pedagógica com alguma profundidade.
Curiosamente os alunos gostam mesmo é uma aula síncrona tradicional. Em que o professor explique . Não gostam muito de aulas “estudar e aprender por si” Mas o publico com quem trabalho tem alguma idade e trabalha, logo quer coisas concretas e dirigidas
Agora as relações que se estabelecem com os alunos são muito interessantes