Segundo as palavras de Mário Nogueira, nem isso o Ministério da Educação estará disposto a aceitar. Sinceramente não compreendo, havia legítimas expectativas, pois como todos sabemos, o crédito para a aposentação seria uma vantagem financeira significativa para o Ministério da Educação/Finanças.
O que se passou? Alguma coisa não bate certo… Quando havia sensações positivas de todos os lados, tudo ruiu, e é efetivamente muito estranho, mas mesmo muito estranho que o Ministério da Educação tenha ido para uma reunião para apresentar o mesmo que já tinha apresentado.
A sondagem realizada pelo ComRegras e conforme prometido foi enviada para a Secretária de Estado Alexandra Leitão, mostrou ao longo da semana que existe uma aceitação de cerca de 2/3 dos votantes para uma aposentação antecipada sem progressão na carreira. Se tivermos em consideração que o corpo docente está efetivamente envelhecido, não é de estranhar o resultado obtido.
Porém, uma solução destas nunca poderia ser uma solução transversal a todas as gerações de professores. Quem tem 35/40 anos, pode perfeitamente preferir uma recuperação salarial, pois ainda se encontra no 1º escalão da carreira, e o argumento “sei lá se estou vivo para me aposentar mais cedo” é tão legítimo como verdadeiro.
Deve por isso existir uma flexibilidade na eventual solução, que acredito que mais cedo ou mais tarde irá ver a luz do dia. Só assim os professores vão entender, pois as realidades e expectativas são diferentes e os professores não podem ser tratados como produtos em promoção…
O Ministério da Educação está em dívida para com os professores, convém sublinhar isto e repeti-lo até à exaustão, o Ministério da Educação está em dívida para com os professores. E se está em dívida, é muito estranho que se comporte como credor, imaginem o que seria os professores deverem alguma coisa ao Ministério da Educação… Acho por isso muito estranho o que se passou, até porque o próprio Ministério da Educação já assumiu que lhe agradava esta solução.
A greve que agora decorre tem toda a legitimidade e deve ser fortalecida se o que diz Mário Nogueira corresponde ao sentimento do Ministério da Educação. Acredito porém, que não estamos no fim e mantenho o otimismo, mas a luta deve dar uma mensagem clara. Isso é muito importante!!!
Haja bom senso e de ambas as partes… Ficam os resultados da sondagem.
Quem lá está sabe o que está a fazer e como governar a casa. Das duas uma, ou desistimos e reformamos antecipadamente com muito menos dinheiro, ou sujeitamo-nos a falecer (sim, falecer) na escola. O governo sabe disso e não vai abrir mão vencendo-nos pelo cansaço.
Os sindicatos…convocam greves!
Obrigada Alexandre Henriques pelo seu empenho. Também eu incrédula com os resultados da reunião de ontem.
” o crédito para a aposentação seria uma vantagem financeira significativa para o Ministério da Educação/Finanças ”
Porquê?
Não implica pagar as pensões de reforma e pagar vencimentos aos professores substitutos?
Não percebo.
As pensões seriam mais baixas e passariam para outro ministério. Os professores substitutos ganham menos.
Talvez seja esse outro ministério (MTSSS) que se opõe, não será?
Ainda assim, parece que lhes falta clarividência para fazer as contas…
Exato.
Eles não aceitaram porque tem expetativas de um entendimento com o atual líder do PSD para as próximas eleições tal como já veio a público que ambas as partes pretendem um entendimento na área da educação.
Espero que ambos percebam se querem uma guerra por tempo indeterminado e algo do género do tempo da Milú.
O governo apregoa a igualdade de género a diferentes níveis e insurge-se contra a violência doméstica.
Contudo, a atitude do Ministério da Educação, face aos professores, só pode ser explicada por se tratar de uma carreira maioritariamente feminina!
Lá vem o ditado: Faz o que eu digo não faças o que eu faço!