Terminou hoje mais um campeonato de futebol no qual o Benfica se sagrou campeão nacional, o que me deixa particularmente feliz. Mas não é sobre isso que vos vou falar, já cometi os meus excessos em privado 😉
Enquanto aluno e professor de Educação Física, pratiquei diversas modalidades e realizei muitos jogos, quer federado quer amigáveis. O futebol em particular, está a milhas de distância no que diz respeito à ética, civismo e fair play. Posso-vos confessar que já cheguei a orientar uma equipa de futsal no âmbito do Desporto Escolar e jurei para nunca mais, desde os miúdos aos colegas professores, impera a política do ganhar a qualquer custo.
Nas minhas aulas assisto frequentemente à imitação dos maus exemplos que todos os fins de semana ocorrem nos relvados deste país: os toques maldosos; os palavrões; as fitas; as simulações; as comemorações provocatórias; os protestos com os árbitros; etc… tudo, tudo é reproduzido pelos alunos.
Os profissionais da bola deviam lembrar-se que são – deveriam ser- um exemplo para os mais novos e que uma imagem vale mais do que mil palavras e vale infinitamente mais do que a orientação do professor.
Dos dirigentes então é puro lixo. Não compreendo como é que os sucessivos Governos deste país não colocam um ponto final na verborreia sistemática que é vomitada semana após semana. Em Inglaterra punem exemplarmente todos os que contribuem para um clima de suspeição e violência. Por exemplo os adeptos mal comportados (hooligans) têm de se apresentar nas esquadras à hora do jogo. Aqui impera a lei da selva…
E o que dizer da comunicação social? A quantidade de programas televisivos e a duração que estes têm para falar de arbitragem futebol, só é comparável às não sei quantas telenovelas que ocupam todo o intitulado horário nobre. Chegámos ao ponto de ver jornalistas a acompanhar “lindas” jaulas caixas de segurança que acompanham os criminosos as claques, na esperança que a coisa corra mal, de preferência com sangue e tudo.
E depois ainda somos brindados com a reação dos adeptos que em cada 3 palavras dizem 4 palavrões, terminando normalmente aos gritos e empurrões ao coitado do jornalista que se submete a esse belo momento televisivo.
A falta de cultura desportiva, a falta de civismo e a falta de fair play que mora neste cantinho à beira mar plantado, revela bem a sociedade que temos, os jovens que temos e consequentemente os alunos que temos.
Mas não faz mal, a malta gosta… Para o ano há mais…