A vantagem de estar em férias é que nos permite mergulhar em alguns documentos e não ficarmos apenas pelas manchetes dos jornais. O estudo ontem apresentado pela DGEEC, e que é muito interessante diga-se de passagem, possui um gráfico que até pode passar despercebido mas que me chamou à atenção. Trata-se da taxa de transição/conclusão nos últimos 15 anos.
Eu até posso estar enganado, mas fazendo a média dos 4 ciclos de ensino dá um valor de 89,6% de sucesso… Mais uma vez posso ser eu que estou enganado, mas cometendo o vício de utilizar a escala escolar, 89,6% é praticamente excelente, claro que dizer que 10,4% dos alunos que ficaram retidos é “excelente” possa parecer um bocado exagerado ou politicamente incorreto, os números são os números e parecem-me francamente positivos. Pena não ter os dados da OCDE para fazer a comparação, a seu tempo ficarão disponíveis.
Isto tudo para abordar a questão que muito se tem falado, a transição vs retenção vs facilitismo vs aprendizagem. Talvez seja eu que estou mais uma vez enganado, mas não seria melhor andarmos a debater aquilo que os alunos realmente sabem, as metas de aprendizagem, seus currículos, metodologias de ensino e cargas letivas excessivas, em vez do carimbo passou/chumbou? É que por aquilo que estou a ver, o grande problema não está na reprovação excessiva…
Caiu um mito?
De acordo com o texto.Secundarizou-se o essencial,em nome das estatísticas que são, diz-se por graça na Mat.que é uma maneira de mentir com aparência de falar verdade.Abaixo o facilitismo,para bem dos alunos e do País. Formem-se bons professores e não mantenham o mito de que todos os alunos têm que ser metidos em Universidades.Aceite-se que há pessoas com óptimas aptidões para áreas em que não se sintam martirizados pela mat. e por outras afins.Valorizem-se os cursos profissionais que tão boa realização permitiram a tantos.