Não. Não é o slogan da Prevenção Rodoviária Portuguesa. É mesmo para todos nós, um pequeno alerta sobre aquilo a que se tem assistido na Educação, nos tempos recentes.
Todos nós sabemos que o sucesso de um tratamento médico(exemplo) está dependente da correção com que é efetuado o diagnóstico. Já passámos pela ida ao hospital com uma infeção bacteriana e ser-nos diagnosticada uma virose. Quando isso acontece, bem podemos aguardar em casa, que a febre não baixa e a dor de garganta não desaparece.
No ensino, também nós, professores, verificámos que não bastava a leitura do Processo Individual do Aluno, que nos chega de um ciclo anterior, para aplicar as estratégias que o possam levar ao sucesso- generalizou-se o emprego da avaliação diagnóstico.
Na Educação, mudado o Partido, mudada a política. Normal. Mas existem “diagnósticos” e até corretos, feitos pelos próprios governantes, de que a “Escola precisa de estabilidade, reflexão, avaliação da necessidade de mudança”. Só depois, virá a MUDANÇA- tem sido afirmado.
Os sindicatos promoveram inquéritos aos sócios acerca do que consideram prioritário alterar; o Conselho Nacional de Educação também tem bem feito o seu trabalho de diagnóstico e previsão; os blogs de educação têm dado o seu contributo; as Associações/ Federações de pais não deixaram de comunicar os seus alertas e as suas preocupações.
Como se entende a febre governativa em emanar orientações descoordenadas para a comunicação social, para debate público em que cada um diz o que lhe apetece, esteja ou não, ligado à Educação?? Segue-se o exemplo do futebol em que quem está no campo e quem está na bancada pode ser treinador?
Quem lucra com este estado de coisas? Que desenrolar se aproxima?
Relembrando algo que consensualmente foi diagnosticado como ‘mudança prioritária’:
– extensão do Currículo;
– inadequação de conteúdos letivos, à faixa etária dos alunos;
– existência de turmas mistas, no 1.º ciclo;
– elevado número de alunos por turma;
– elevado número de alunos por professor;
– não respeito pela “quantidade” de alunos com NEE, por turma;
– clarificação de critérios pedagógicos para elaborar horários;
– Gestão Escolar e o (não)funcionamento dos Conselhos Gerais;
– indisciplina;
– envolvimento/responsabilização parental na vida escolar;
– formação de gestores;
– formação de docentes;
– simplificação da “burocracia” e incremento de boas práticas pedagógicas;
– existência de psicólogos escolares em rácio adequado;
– prática da mediação de conflitos;
– … … … … …
Não falo da estrutura física e do funcionamento das instalações escolares, do envelhecimento do corpo docente, da falta de assistentes operacionais…
Haverá alguma relação- é uma simples questão- entre todas as ‘prioridades consensuais’ e a necessidade de VERBAS para as implementar???
A fúria documental inovadora- é uma outra simples questão- será oportunamente concentradora de atenções e fomentadora de debates estéreis?
PARE, ESCUTE, OLHE… e PENSE!
Fátima Ventura Brás