Conselho Nacional de Educação defende fim dos chumbos
“Potencia comportamentos indisciplinados, fruto de uma baixa auto-estima e desenquadramento em relação à turma de acolhimento, o que dificulta ainda mais a aprendizagem”
Eu sou do tempo em que bastava ter 3 negativas e chumbava, eu sou do tempo em que se ultrapasse o limite de faltas perdia o ano e não havia mais conversa. Não havia cá vocacionais (curioso o nome que lhes deram…), com provas e provinhas de recuperação. A mensagem era simples, ou estudas ou ficas para trás. Quando eu penso escola, penso em formar cidadãos para o futuro, penso em aproximar a realidade que vão encontrar dentro de uma pedagogia escolar, penso na mensagem que lhes transmitimos.
Se um aluno não reprovar, terá ele a capacidade para perceber que precisa de se esforçar ainda mais para recuperar o tempo perdido? Ou ficará com a sensação que quer estude ou não estude, a transição está garantida?
O mesmo se aplica nas questões disciplinares. Um aluno ao ser retido, principalmente se for reincidente, provavelmente sentir-se-á desmotivado, desinteressado, o que originará a comportamentos desviantes. Mas os problemas disciplinares também poderão surgir se o aluno não valorizar o sucesso, se não sentir que precisa de se esforçar para alcançar um objetivo. Muitos deles irão optar pelo recreio em sala de aula em vez da exigência e do rigor.
Isto é como encarar o copo com água, uns dizem que está meio cheio, outros dirão que está meio vazio. Quem irá decidir será inevitavelmente o aluno. Provavelmente no meio estará a virtude, caberá à tutela e à escola decidir que mensagem quer que os alunos de hoje e amanhã adquiram durante a sua formação. Porém, se esta medida for justificada por questões orçamentais, pais, professores e alunos perceberão rapidamente qual a verdadeira mensagem que está a ser transmitida…