O brincar. Os brinquedos. «As crianças […] são educadas e relacionam-se com o mundo adulto pelo brincar e fazem-no usando o brinquedo como instrumento.»¹ Ao brincar, a criança faz de conta que é adulta. Sonha como será quando for «grande». E como o faz? Com brinquedos e brincadeiras. Brincar é ação, é educação, é preparação.
As crianças do «Ontem», já brincavam e muito. Desde bonecos, jogos, passatempos. Há mais de três mil anos, na China, já se brincava com o ioiô. Estes, mais requintados que os de hoje, eram de marfim e o fio era de seda. Os gregos fizeram habilidades com este instrumento, tal como os indianos. Napoleão deixava as suas tropas distraírem-se com este brinquedo, entre batalha e batalha. Da China, o ioiô chegou às Filipinas e daqui emigrou para a Califórnia, na mala de uma criança, Pedro Flores. Em 1928, pela mão de Donald Duncun, tornou-se mundialmente famoso.
E as crianças do «Hoje» brincam? Sim, mas não o suficiente. Estão ocupadas, de facto. Mas ocupadas a brincar? Serão elas ioiôs do progresso?
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¹ VON, Cristina, A História do Brinquedo, Alegro, São Paulo, 2001
Fátima Galhanas