Como já referi por inúmeras vezes, a carga letiva na escola não tem em consideração a idade dos alunos, não é progressiva e estamos obcecados com algumas áreas curriculares. Eis o estudo hoje apresentado pelo CNE – Organização Escolar: o tempo.
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Portugal é, em conjunto com o México, o país da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) onde o ensino da Matemática tem um maior peso no tempo total de aulas do 1.º e 2.º ciclos de escolaridade, que abrange alunos entre os seis e os 12 anos. A Matemática ocupa 27% do tempo de ensino, contra 12% na Dinamarca, por exemplo.
Ao contrário do que sucede em todos os outros países da OCDE onde, no 1.º e 2.º ciclos, se aposta mais na Leitura, Escrita e Literatura, em Portugal as letras têm o mesmo peso dos números. Esta mesma singularidade repete-se no 3.º ciclo, onde as duas áreas têm um peso, cada uma, de 13%
Outra característica portuguesa é a de as escolas ocuparem cerca de 70% do tempo de ensino obrigatório no 1.º e 2.º ciclos com apenas quatro áreas: Leitura, Escrita e Literatura (27%), Matemática (27%), Artes (9%) e Ciências Naturais (7%). Em média, na OCDE, estas preenchem não mais do que 53% do tempo, um valor que desce para 51% se se olhar para o que se passa nos países da União Europeia analisados.
Já no 3.º ciclo, o peso atribuído às chamadas “áreas estruturantes” em Portugal está próximo da “média da OCDE em Leitura, Escrita e Literatura (13%), Matemática (13%) e Artes (7%), coincide com a média em Educação Física e Saúde (7%) e situa-se acima em Ciências Naturais (18%), Estudos Sociais (14%) e Línguas Estrangeiras (16%)”.
Devido à frequência das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) no 1.º ciclo que, apesar de não ser obrigatória, se generalizou praticamente a todos os alunos, Portugal é depois da Grécia o país onde as crianças mais tempo passam na escola. De resto, só em cinco outros é que existe o chamado “tempo de ensino não obrigatório”, como é o caso das AEC.
Olhando apenas para o tempo de ensino obrigatório, onde estão as disciplinas estruturantes, constata-se que em Portugal os alunos mais novos (1.º e 2.º ciclo de escolaridade) passam mais horas nas salas de aula do que os colegas da OCDE e da UE — 822 horas em Portugal, enquanto na OCDE a média se situa nas 799 horas e na União Europeia se fica por 775. No 3.º ciclo as diferenças esbatem-se.
retirado da notícia do jornal Público
O reforço do tempo destinado à Matemática deu resultados muito positivos que ninguém desmente.
Defendo que, até ao 6.º ano, não menos de 75% do tempo curricular seja em Português e Matemática.
Depois, até ao fim da escolaridade obrigatória, há muito espaço para alargar horizontes.
E o que aconteceu às restantes?
75 porcento??? é nestes momentos que eu fico a temer uma autonomia total das escolas e o poder concentrado numa única pessoa…
“Numa única pessoa”?
Homessa!
Isto é matéria para o Conselho Geral sob parecer do Conselho Pedagógico.
O que defendi lá acima é o que penso e defendo pessoalmente. Que no Ensino Primário (internacionalmente 6 anos) toda a ênfase seja colocada na Língua e na Matemática”.
Todavia, tenho muitas dúvidas que viesse a ser aprovado na “minha” escola.
E eu criei um cenário de total centralismo numa única pessoa. Sobre as tuas dúvidas, compreendo perfeitamente Agnelo. Um abraço.
Vejamos se mudam esta situação.
Caramba, estamos a lidar com crianças………
E depois queixam-se de indisciplinas várias, de défices de atenção, de hiperactividade.
Deixem sair o vapor desta verdadeira panela de pressão!