Na sequência do artigo de ontem, Como Reforçar a Autoridade do Professor sem Decretos, hoje escrevo umas breves linhas de como acabar com a autoridade do professor.
Lembram-se daquela denúncia que recebi, em que uma professora levou com uma porta no pé e foi parar ao hospital. O ocorrido podia ter sido “apenas” um ato isolado de indisciplina, mas por aquilo que fomos lendo na comunicação social não será bem assim…
Como terá a escola reagido? Terá tido iniciativa ou foi a reboque da pressão dos media? Sem dúvida que a situação exposta precisava de uma resposta inequívoca por parte da escola, ainda para mais se pertence a um meio muito complicado…
Vamos a uns suponhamos…
Imaginem que a grande preocupação da direção foi mais para com a porta do que para com a professora…
Imaginem que de todos os alunos envolvidos, apenas um foi castigado e que a professora tinha identificado outros mas a sua palavra valeu menos do que a dos prevaricadores…
Imaginem que o castigo aplicado não foi proporcional ao ocorrido…
Imaginem também que a sanção aplicada veio tarde e a más horas originando que os alunos andassem todos “inchados” na semana seguinte…
Imaginem que a baixa da professora não tem sido respeitada e que foram feitos vários telefonemas a incomodar a colega com questões laborais, sem sequer perguntar como é que ela se encontra…
Imaginem que a escola não informou a professora se foi apresentada queixa às entidades policiais…
Imaginem que ex-professores da escola referem que “é preciso ser-se tolinho para ganhar o respeito dos alunos” e que quem apresenta a conduta tradicional é “comido vivo”…
Imaginem uma escola desorganizada, com uma estrutura que é apenas teórica…
Imaginem uma escola onde o corpo docente mais antigo já não quer saber…
Imaginem uma escola onde a impunidade e o desleixo são reis e senhores…
Imaginem uma escola que não tem um plano para lidar com a indisciplina…
Imaginem…
Nem o melhor professor do mundo seria capaz de ultrapassar tamanha adversidade. O que vale é que estamos no mundo do suponhamos, ou alguns ainda pensam que estão…