O Crédito ao consumo e à habitação continua em alta e à Economia em baixa.
Algo que parece passar ao lado das Campanhas Eleitorais, trata-se de analisar se é melhor individual e colectivamente, para nós portugueses, e para todos que vivam e venham a viver no nosso País “ter que se ter” com aparato e grandiosidade/ estatuto, ou para bom uso/utilização. Sem cada um ter que “ter” para mostrar ao outro que “tem”.
Isto a propósito do crédito ao consumo – maioritariamente automóveis novos- e à habitação, continuar a disparar exponencialmente ao longo deste ano de 2015, atingindo valores de 2006, que parece nos ajudaram, a chegar à “crise”. E ter-se em atenção ou não, que “isto” faz crescer as importações, isto faz crescer o PIB de Espanha e da Alemanha e faz aumentar a nossa dívida, o nosso défice, aquelas coisitas sem qualquer importância em tempo de eleições ou quando convém, são justificados como formas enviesadas de encarar os números, como se todos fossemos um pouquito atrasados e nada entendêssemos.
A qualidade de vida mede-se por ter boas condições de vida – uma verdade/ verdadeira – para cada um e sua família, o que “não” implica ter o automóvel que mais nas vistas dá, que é melhor que o do vizinho, que é topo de gama. Mas está novamente a acontecer, e só não vê quem não quer. Ter qualidade de vida é ter uma boa habitação, que pode ser arrendada e não tem que ser necessariamente comprada a pagar até aos 65 anos. E ao ser de facto – verdadeiramente – impulsionado o arredamento, talvez todos lucrem, individual e colectivamente, até os bancos! Ter qualidade de vida é ter como bem se alimentar, como bem se vestir, como bem se locomover, como bem se distrair – o que não quer dizer arrebanhar tudo ao melhor que está a dar- e, “não” tem que implicar tudo a crédito sempre mais, mais, mais, e possivelmente impagável. E para haver qualidade de vida tem que haver trabalho. Para haver trabalho têm que se criar, muito mais empresas produtivas de bens transacionáveis. E para que tudo isto aconteça o crédito tem que estar muito mais virado para esta Economia e não tanto para o consumo. E se houver mais empregos, melhor pago, mais trabalho, se formos mais produtivos em menos tempo no local de trabalho, ou seja, devolvendo por exemplo, os 4 feriados inadequadamente retirados, mas trabalhando com organização e método desde que se entra até que se sai da empresa, vamos criar riqueza.
Se criarmos riqueza temos qualidade de vida, que não é só automóveis novos para os passear e ainda melhor mostrar. Ou estar sempre a querer “comprar” superior, habitação nova. Ou fazer viagens a crédito. Tudo a pensar ou não, um dia pagar! Mas parece que ninguém quer a sério nisto falar. Mas mesmo ninguém, nem as esquerdas mais esquerdas! Estranhamente! E fala-se em tudo pela rama, em pingue-pongue, dizendo mal uns dos outros, estando sempre do “contra”. Agarrando o que é notícia de última hora e atirando-o em prime time televisionado ao outro. Não se vão buscar verdades/ verdadeiras, que por vezes custam a ser ditas, normalmente por serem a verdade crua e dura. E assim, ou se diminui o crédito ao consumo e à habitação e se passa para a Economia, que tem que funcionar melhor e ser mais produtiva, ou vamos repetindo sempre os mesmos erros, vamos aumentando a dívida, vamos perdendo qualidade de vida, e aumentado o PIB da Alemanha e de Espanha e encolhendo o nosso. Mas…parece ser o que já nos vem de novo a acontecer desde Janeiro de 2015 e ninguém nota…
Augusto Küttner de Magalhães