Ontem disse ao DN que o que surpreende nesta questão das férias escolares é a quantidade de alunos que foram expulsos. Os excessos há muito que são conhecidos e muitos não passam de imitações do YouTube.
Como diz Daniel Sampaio e bem, o problema está na desculpabilização dos encarregados de educação que confundem liberdade com libertinagem.
Esta questão das viagens é um assunto dos pais, das associações de pais, dos alunos e das agências de viagem. Não entendo porque se quer envolver as escolas neste assunto, não entendo porque teve o ministro de educação de apelar à calma.
Os mais recentes dados apontam para um aumento de indisciplina e criminalidade juvenil, os dados são conhecidos e tenho denunciado os mesmos no Comregras. A anormalidade tornou-se normal e banal…
Palavras como as da vice-presidente da Confap (que se tivesse vergonha demitia-se) são apenas um exemplo da negligência e irresponsabilidade de alguns pais que tem crescido de forma proporcional. Mais uma vez, a anormalidade tornou-se normal e banal…
As associações de pais, muitas vezes mais preocupadas em falar sobre questões pedagógicas para as quais não estão habilitadas, deviam sim trabalhar com os seus associados, procurando soluções para o alheamento e negligência de muitos pais.
Os jovens precisam de regras, valores e limites. Os jovens precisam de pais que cumpram as suas obrigações, não é por acaso que carregam o título de Encarregado de Educação.
Para mim, viagens de finalistas só quando são finalistas, quando terminam o superior. Se mesmo aí existem excessos, o que dizer de miúdos com 15, 16 e 17 anos de idade. Esta pressa de se ser crescido, só tem paralelo no ridículo da benção das pastas do pré-escolar e viagens de finalistas no 1°ciclo…
Alexandre Henriques
Os professores Paulo Guinote e Alexandre Henriques lembram que estes problemas não são uma coisa de hoje. “A anormalidade tornou-se normal, este tipo de comportamentos bastante irresponsáveis tornaram-se normais até para os próprios pais”, lamenta Paulo Guinote. Enquanto Alexandre Henriques, professor do ensino secundário e coordenador de um gabinete de combate à indisciplina, lembra que os dados de violência entre os jovens apontam para um aumento: “Estamos, se calhar, a assistir a um crescendo de negligência.”
A relativização e desresponsabilização destas atitudes choca-me.
Principalmente vinda das associações de pais.
E choca-me também a insinuação, mais ou menos entre linhas, de que a escola será também responsável.
Haja alguém com bom senso! Pena que os pais não ouçam isto e pensem um pouco…
http://sicnoticias.sapo.pt/opiniao/2017-04-10-Muitas-vezes-os-pais-nao-conquistam-autoridade-para-impor-regras-aos-filhos