Apesar de não concordar muito com a primeira parte do artigo de Eugénia Gambôa ao jornal SOL, a segunda é na muche!!! Fica o excerto a que me refiro. Os sublinhados são de minha autoria.
‘Caos’ no ano letivo é só quando Mário Nogueira quiser
A coincidência da abertura do ano letivo com o reinício dos trabalhos parlamentares potenciou que esta passasse a ser assumida como um momento político. Garantido o espaço mediático, revelou-se como oportunidade única para marcar a agenda política. O início das aulas passou a determinar o sucesso ou insucesso de um ministro e mesmo de um governo. Uma arma poderosa brilhantemente aproveitada pela Fenprof, que cresceu e floresceu à sombra dos concursos de colocação de professores. Há muitos anos que é o profissional mediático Mário Nogueira que determina lapidarmente o ‘caos’ ou a ‘tranquilidade’ da abertura, critério oportunamente aproveitado pelos partidos políticos afetos.
Elenco factos que noutros contextos determinaram o ‘caos’ na abertura do ano letivo. Este ano temos alunos em contentores? Sim. Temos escolas com rachas nas paredes, infiltrações, com placas de fibrocimento degradadas? Sim. Nunca foi tão baixa a execução do investimento público na manutenção do edificado. Teremos mais funcionários nas escolas? Não, com a agravante que, para garantir as mesmas funções, se reforçará o recurso a precários. Haverá professores com horário-zero? Sim, e até aumentaram. Haverá turmas com alunos de diferentes níveis no 1.º ciclo? Sim. Haverá turmas com o limite máximo de alunos? Sim. Haverá turmas com menos de 6 alunos? Sim. Teremos todos os alunos com todas as aulas no primeiro dia de escola? Não. A percentagem de professores não colocados atempadamente face ao ano anterior é idêntica.
Mas este ano tudo está ‘tranquilo’. O que mudou? Na operação e nos procedimentos de colocação e atribuição de recursos, nada; no investimento regredimos, na autonomia das escolas retrocedemos, na transparência e acesso público aos dados, recuámos. O que mudou foi apenas a Fenprof, que de oposição passou a governo.
Esta é uma abertura de um novo ano letivo como tantas outras, pois ‘caos’ só quando Mário Nogueira determinar.
Eugénia Gambôa
Professora Universitária
Bom era no tempo do Dr. Passos…
Não não era… mas eu não sofro de clubite aguda…
Digamos que Mário Nogueira “mudou da água para o vinho”…!
Talvez conviesse acrescentar que esta senhora foi a assessora de Crato para o processo de municipalização do ensino com transferência de professores, é assessora do grupo parlamentar do PSD e até já conseguiu passar pela CGD. Mas quando não se têm regras, há coisas que se omitem… e compreendem-se as razões.