O Paulo Guinote fez um artigo onde passou em revista os blogues de professores e a sua (des)evolução nos últimos anos.
Blogosfera Do(c)ente?
Aqui o “je” sempre foi um leitor de blogues e tudo começou no fórum saladosprofessores onde chegou a ser moderador e se apresentava como “spor”, de “sport”. Nunca pensei criar um espaço próprio e só o fiz por achar que existe uma lacuna na vertente disciplinar. Como o Paulo diz e é verdade, ando com muita “pica” e quero mesmo fazer algo diferente (está para breve algo único, em escala reduzida, mas único…)
O Paulo fala numa blogosfera doente, e sim nota-se uma diferença, não lhe vou chamar doente, mas é verdade que está diferente, digamos que menos presente. O Facebook é obviamente um dos responsáveis, é prático é rápido e de uma só vez temos acesso a inúmera informação e ligação com “amigos”. É como se o Facebook fosse o centro comercial e o blogue o comércio tradicional. Mas certas coisas só se encontram no comércio tradicional e este precisa de resistir pela sua diferença e qualidade…
Mas também é verdade que se nota uma indiferença, uma atrofia e uma saturação da classe docente que leva a desligar o “chip” educativo sempre que se pode. Provavelmente está também associada ao aumento da carga laboral que ocorreu nos últimos anos. Existe menos tempo para pensar, refletir e opinar.
Se somarmos a isto a inibição natural de quem prefere mandar os seus “bitaites” na sua confort zone, que mais não é que o intervalo das 10:00 às 10:30 da sua sala dos professores, estamos perante uma participação residual dos muitos milhares de professores no ativo e não ativo que habitam neste país.
Afirmei uma vez numa reunião sindical, que a verdadeira força dos professores não estava nos sindicatos, nem estava na escola, estava sim nos blogues, exatamente por estes serem livres independentes e agregarem professores de todo o lado, sem obrigações ou justificações para dar. Muito se deve a estes, e já agora a Maria de Lourdes Rodrigues, pelo sucesso das duas MEGA manifestações de 100 e 120 mil professores. O mérito já ninguém lhes tira e estes mereciam mais reconhecimento da nossa parte.
Hoje dou ainda mais valor ao seu trabalho, pois sei bem o que custa manter um espaço que é mais para os outros do que para nós.
Sem querer ferir suscetibilidade, mas eu também tive/tenho as minhas escolhas e a título meramente pessoal, quero agradecer ao Paulo Guinote, ao Paulo Prudêncio, ao Arlindo Ferreira, à Anabela Magalhães, ao Ricardo Montes, ao saudoso AdDuo e ao saladosprofessores, por me terem ajudado a ser um melhor profissional.
Respect!