Amanhã será apresentado mais um estudo do projeto aQeduto, da Fundação Francisco Samuel dos Santos e Conselho Nacional de Educação, intitulado “Público ou privado: há um modelo perfeito?”
O tema é atual e as conclusões serão importantes para argumentação dos envolvidos. Segundo o estudo, existe uma diferença nos resultados entre as Escolas Públicas e as Escolas Privadas quando o ponto de comparação inclui todo o universo das escolas privadas, subsidiadas e não subsidiadas. O estudo faz uma ressalva nesta comparação, referindo que muitas dessas escolas são frequentadas apenas pelas elites.
Quando se compara os resultados dos alunos da Escola Pública com alunos das escolas com contratos de associação, a diferença não existe. Segundo a notícia do JN, os scores são semelhantes 517 para a pública e 519 para a privada.
Por muitas voltas que se dê, o desempenho escolar dos alunos depende principalmente dos próprios, e quando os “ovos” são semelhantes, a qualidade da “omelete” é também ela semelhante. Os temperos que se colocam depois podem alterar o seu sabor, ficando este invariavelmente mais artificial numa dependência clara dos seus cozinheiros…
Deixo-vos com uma imagem do artigo pois não consegui arranjar o link.
Nota: fui um defensor da jornalista Clara Viana do jornal Público na recente polémica sobre os números da manifestação de todas as cores. Continuo a ter uma opinião positiva sobre ambos, jornal e jornalista, mas neste caso em concreto não posso concordar com o título da notícia.
Colégios financiados pelo Estado têm melhores resultados do que o ensino público
(Clara Viana)
Lembro que a escala vai de 0 a 1000 e uns tiveram 517 e outros 519…
Alexandre, por favor, não chames “amarelos” aos alunos dos estabelecimentos com contratos de associação. Os putos não têm culpa, amarelaram-nos!
Por isso está em aspas, mas compreendo.
Eu sou consensual em muitas coisas, mas aqui há que denunciar esta agenda do CNE feita à medida da agenda e das ambições do dr. Justino, estes estudos requentados feitos à medida com dados desactualizados (de 2003 e 2012) para manter em banho-maria uma polémica mais do que esgotada. Há que dizer que o CNE é uma instituição pública e plural, e o que o seu presidente deve fazer é ouvir e dar voz às diversas visões das pessoas que lá tem, não é andar a fazer parcerias com fundações privadas que têm uma clara linha de orientação ideológica também em matéria educativa.
Desenvolvo em https://escolapt.wordpress.com/2016/06/26/estudos-requentados-e-jornalismo-manipulador/
Quanto ao Público, é o jornal que melhor acompanha os temas educativos, mas quando mete “amarelos” eles passam-se dos carretos. E com a idade e as sucessivas mexidas na direcção e no corpo editorial, só tende a piorar…