Para quem ainda não sabe, o S.TO.P juntou-se ao contador do ComRegras de forma a denunciar os casos “residuais” de agressões a professores e funcionários nas nossas escolas. Para já a contagem vai em 16 agressões em 8 semanas, dando a “residual” média de 2 agressões por semana.
A RTP após a realização do Prós e Contras percebeu (talvez depois da contestação dos professores) que este assunto tem muito mais que se lhe diga, tendo entrado em contacto com o S.TO.P com o intuito de encontrar professores que estejam dispostos a falar, mesmo que de cara tapada e/ou voz destorcida, de modo a salvaguardar a sua identidade.
Serve este artigo para servir de intermediário e passar a informação à própria RTP.
Nota: a jornalista diz que se desloca ao local.
Manifestem a vossa disponibilidade para [email protected] ou [email protected]
Não acredito que os professores queiram aparecer na reportagem, conheço-os bem, infelizmente é mais fácil mostrar descontentamento em esplanadas de cafés.
A reportagem permite o total anonimato…
Se tivesse sido agredida, iria imediatamente denunciar a situação na comunicação social, como já o fiz em relação a um Presidente de Conselho Executivo ( na época ), sem medo, sabendo que o caso terminaria em Tribunal, o que de facto aconteceu.
Aquando da recolha de assinaturas para a ILC (quase 100) , apercebi-me do medo estampado na cara dos meus colegas, da fuga, do “fica para mais tarde, para amanhã”, o que significou NUNCA. Consegui 7, os restantes foram familiares e muitos amigos que compreendem a situação árdua dos docentes. Uma vergonha!
Chamem o professor do ano.
Ele é o maior…
Sugiro que a RTP entre em contacto com o Gabinete de Segurança do MEC, pois de acordo com o estabelecido na lei, todos os casos de agressão devem ser reportados ao referido gabinete. Se não existirem elementos, algo vai ..
Fui agredida sim
Indique o seu contacto, nome e zona para [email protected]
Tal como existe pobreza envergonhada, também existe violência envergonhada, ( não indisciplina envergonhada- a indisciplina é uma forma de violência, a diferença é que as agressões físicas e verbais são a ponta do iceberg).
Os professores representam a autoridade, a referência ao nível dos valores, os agentes de socialização. Se passaram por cima deles é porque eles falharam, ninguém sabe como, ninguém identifica a falha, mas era o seu trabalho e não o fizeram, o ónus da prova é deles, são eles que ficam na mira, porquê este professor e não o outro? o que fez ou deixou de fazer? É isto que pensa toda a gente a partir dos limites do seu senso comum, os professores interiorizam isto e calam-se. O que teve que se andar para reconhecer que a culpa da violência doméstica não é das mulheres e quantas continuam a morrer sozinhas, sem ninguém que as proteja com eficácia mesmo quando se arriscam a pedir ajuda. Continua a pedir-se tudo aos professores, que sejam super-heróis, que desafiem as regras da gramática social e se exponham sozinhos contra tudo e contra todos. Eles estão na frente de batalha mas não são obrigados a ter perfil de heróis, não faz parte das suas obrigações.
Obrigada por dizer as palavras que me vão na alma. Sim, fui várias vezes ameaçada pelos encarregados de educação:duas veses em plena sala de aula, uma das vezes, estavam todas as crianças na sala eu estava sozinha na sala porque era hora de almoço e tive de fugir e esconder-me. Há demasiadas máguas e muita solidão. Ultimamente foram várias vezes. Dizem que somos obrigados a fazer queixa. Mas até o tribunal me culpou pois diz que a testemunha não viu nada. Por isso, a nossa matéria prima de trabalho leva-nos ao máximo de sacrificios, e os encarregados de educação sabem isso e os que nos governam também. Por isso somos o elo mais fraco no meio de isto tudo. Quando tudo corre mal MC a família ou nas finanças, são sempre os professores que levam pela medida grande.
Agredidos?
Somos todos, uns física, outros, verbalmente!
Agredidos pelos alunos, pelos colegas e mais ainda pelo ministério da Educação. Que vê professores seus, profissionalizados, trabalharem sem qualquer direito, com vencimentos longe de atingirem o salário mínimo, a fazerem centenas de quilometros, sem apoios ou certezas.
A agressão é diária!
A falta de educação e o desrespeito dos alunos é apenas o resultado da desvalorização que nós professores temos vindo a sentir por parte das entidades superiores ME ou dos pais, dos avós e até dos próprios colegas, que muitas vezes ajudam a denegrir uma profissão que merecia ser mais protegida.