A expressão é forte e poderá não ser ao gosto de alguns leitores, mas encaro este assunto com grande apreensão e por vezes as frases têm de ser fortes para que se perceba o que realmente estamos a falar.
Hoje faz notícia o seguinte título:
Próximo ano lectivo? «Ao fim de um mês as escolas fecham e vai tudo para casa», alertam professores
Não sei se será ao fim de um mês, dois meses ou 15 dias. Nem é uma tentativa futuro-trágica, apesar do futuro ser já daqui a 2 meses… Sou da opinião que a DGS e o Governo não estão a encarar os factos com a responsabilidade que a situação obriga.
Por muito que o ensino presencial seja um objetivo prioritário do qual ninguém discorda, o primeiro passo deveria ser o ensino misto, com parte da carga semanal em regime presencial e outra em regime à distância, num sistema de turnos. Começar aos poucos e não “atirar” os alunos todos para a escola, coladinhos uns aos outros como vai acontecer na generalidade dos casos.
Foram apresentados 3 caminhos, mas o ensino misto e à distância serão apenas usados depois do mal ter acontecido. Não deveríamos todos pensar de forma contrária? Prevenir, prevenir e prevenir?
Não é esse o caminho que está a ser seguido, por razões económicas que embora justificáveis, não valem mais que a vida humana. Choca-me a naturalidade com que se diz, “logo se vê” ou “depois vemos”, descartando uma hipotética crise sanitária com demasiada facilidade.
Para terminar e antes da notícia, relembro os números de casos novos em Portugal e no Mundo. E quando se fala numa 2ª vaga, olho para estes gráficos e só penso que a 1ª ainda nem sequer acabou…
A falta de medidas de protecção contra o novo coronavírus no próximo ano lectivo, é uma das maiores preocupações da Federação Nacional de Professores (Fenprof), que considera que a comunidade educativa não está devidamente salvaguardada, segundo o ‘Correio da Manhã’ (CM).
Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, defende que «começar o ano lectivo sem rastreios e com um distanciamento físico de um metro, abaixo do que a própria Direcção-Geral da Saúde (DGS) preconizava para o secundário é insuficiente», afirmou citado pelo ‘CM’.
«O ministro já disse que as turmas terão a dimensão habitual, por isso vão ter de pôr dois alunos por carteira e a distância de um metro é impraticável», afirma, acrescentando: «Vamos ter o Ministério da Educação a fingir que está tudo na normalidade e ao fim de um mês as escolas fecham e vai tudo para casa», refere Mário Nogueira ao ‘CM’.
Por sua vez, Jorge Ascensão, dirigente da Confederação Nacional de Associações de Pais, (Confap), exige que exista uma maior «clareza e coerência na comunicação», no que diz respeito à redução da distância física.
«A questão não é se é 1 metro. A maior parte das pessoas tem noção de que, com máscara, 1 metro de distância poderá não significar grande risco. Só que a DGS diz 1 metro se possível, e as escolas estão confusas», afirmou o responsável citado pelo ‘CM’.
Jorge Ascensão acrescenta ainda: «Se dizem que não é possível desdobrar as turmas ter-se-ia de aumentar as salas para cumprir um metro de distância. Então digam que é possível estar em segurança a menos de 1 metro. Deve haver disponibilidade para algum risco, mas as famílias querem que lhes digam que será um risco mínimo».