Há já algum tempo que as principais figuras do Ministério da Educação estão “desaparecidas”. Não que sejam celebridades e precisem dos holofotes a tempo inteiro, mas paira no ar um certo afastamento comunicacional com a comunidade escolar.
A Covid obrigou a um esforço elevado por parte de todos e por uma questão de honestidade intelectual, o Ministério da Educação esteve sobre uma pressão nunca antes vista e merece o meu reconhecimento por isso. Tal como os pais, os professores, os alunos e os funcionários, todos estivemos envolvidos numa mudança única da nossa história num curtíssimo espaço de tempo, onde “apenas” se alterou o modelo de ensino, com destaque para o “o”.
Este Ministério da Educação, com algumas mudanças pelo meio, foi efetivamente um Ministério reformista, divergindo ou não das opiniões dos seus professores, é inquestionável as mudanças impostas, goste-se ou não, concorde-se ou não. Mas a sensação que paira agora no ar, é que esta laranja (não confundir com qualquer piada política) já está espremida e a energia efetivamente não parece ser a mesma.
O problema é que há uma série de problemas nas escolas que precisam de atenção como se fosse o primeiro dia no escritório. A falta de professores, o concurso de professores, as questões burocráticas, a indisciplina, as carências ao nível das infraestruturas, a necessidade de criar uma nova via de ensino que vá ao encontro das necessidades dos alunos, o acesso ao Ensino Superior, o modelo de gestão, etc, são questões que parecem ter confinado com a pandemia.
A existência de diferentes Ministérios e pelouros no Governo é exatamente para isso, para que cada um se dedique, em articulação naturalmente com os restantes, na resolução dos seus problemas. Parece que a pandemia sugou as energias de tudo e de todos e que agora estão todos a “ressacar” de meses extremamente complicados e exigentes.
Para mim é claro o afastamento do Ministério da Educação, onde nem mesmo os representantes dos professores são ouvidos. Algo que numa linguagem tipicamente portuguesa, com vernáculo associado e que ajuda a descarregar a alma, pode ser resumido a uma simples frase, pensada e dita, independentemente do grau académico de cada um…
“Já estamos fartos desta merda toda!”
Percebo, mas acreditem que deste lado o sentimento também é mútuo, além disso, convém lembrar, que quando vocês forem embora, muitos ainda terão 5,10,15,20 ou 30 anos de escola pela frente e os problemas escolares não confinaram, nem desapareceram…
Alexandre Henriques
Pois é e para alguns a fase final está a ser particularmente penosa e, mesmo assim, continuam a resistir no seu posto!
Para ser ainda pior, então já basta assim!
Que fiquem quietos.
Não vou ser meigo: as razões do desaparecimento mediático dos responsáveis ministeriais são essencialmente duas, distribuídas em doses variáveis pelo ministro e secretários de Estado: incompetência e cobardia política.
Quanto ao reformismo, e depois de lhes ter dado, talvez por demasiado tempo, o benefício da dúvida, o que me parece é que acima de tudo criaram problemas que não existiam, como a flexibilidade curricular, ao mesmo tempo que ignoram os reais problemas e necessidades das escolas e de quem nelas estuda e trabalha.
Não acredito em reformas educativas decalcadas da agenda da OCDE e impostas aos professores, os verdadeiros especialistas em Educação.
Incompetentes, nulidades, tachistas e cobardes. São os sinónimos dos desaparecidos.
Quando estão quietos, estão a cozinhar algo…Batem as gavetas, procurando papeladas proteladas (Oh, que chatice!). Os cérebros mifrados, fervilham de vontade de “publicar papeladas” (Oh, maldita pandemia!).
Nada de bom espero, aquando da sua “ressurreição”.