Numa longa entrevista à TSF e DN, o Ministro Tiago Rodrigues fala dos diversos temas que estão em cima da mesa.
Após ler a entrevista fiquei com a clara sensação que o Ministro não se quer comprometer com nada e apesar de valorizar o compromisso assinado com os sindicatos, não lhe dá muita importância. Se desse, não tinha ignorado as longas horas de braço de ferro onde um “de” ou “do” fez toda a diferença.
O que ficou assinado no compromisso é a contagem do tempo de serviço, ou seja, os 9 anos e qualquer coisa, mas para o ministro o “do” termina aos 7 anos…
Sobre a avaliação de professores e após muito esforço da jornalista, ficamos com a certeza (?) que não é intenção desde governo mexer na mesma, curiosamente a jornalista lembra a “guerra” que foi com Maria de Lurdes Rodrigues… A carreira também é suposta ficar como está, mas o ministro não fecha a porta à sua revisão, desde que os sindicatos estejam para aí virados.
Também houve referência à situação das cantinas escolares, estando prometida uma maior fiscalização que também deve abranger as máquinas de venda pouco saudáveis e que populam em algumas escolas. Aproveitou também para negar (pelos vistos ainda havia dúvidas) que a aluna que filmou a lagarta no prato não foi suspensa.
Sobre a compensação do tempo de serviço, fica tudo dependente da evolução económica a médio/longo prazo.
Custa-me aceitar compromissos para além do mandato deste governo, mas pelos vistos existe uma certeza inabalável que não haverá alterações na “geringonça” para a próxima legislatura, ou que o PS terá a maioria absoluta. Só que para os professores a fé dos políticos vale tanto como o seu congelamento…
Os dias vão passando e as certezas de que o sol irá brilhar para todos no que à recuperação do tempo de serviço diz respeito, vai diminuindo de forma significativa. A conversa dos ritmos e da conjuntura económica é a desculpa perfeita, mas uma desculpa que não engana os professores e estes não vão aceitar ser responsáveis pelo derrapar de qualquer défice. Sejamos sérios!
Por fim, pegando na terminologia futebolística do ministro, dia 15 vai começar o jogo da negociação, vamos ver até que ponto as balizas que o ministro tanto fala, cabem no terreno de jogo, deste jogo… Mas uma coisa é certa, tal como no futebol, as pressões já começaram…
A contagem do tempo congelado terá um ritmo de acordo com os meios orçamentais existentes
Independentemente disso, e eu queria-me balizar nestes sete anos porque é especificamente aquilo que nós estamos neste momento a conversar, queria dizer algo importante: essa outra questão terá o seu tiro de partida, digamos assim, no dia 15 de dezembro nessa reunião. Será certamente um processo longo, um processo onde estarão envolvidos o Ministério da Educação, o Ministério das Finanças, todo o Governo, também as organizações sindicais, e o que nós sabemos é que existem constrangimentos por um lado, mas sabemos que há pretensões de várias ordens e são elas também várias por parte das organizações sindicais.
(…)
Faz sentido, para si, que alguém progrida na carreira apenas pelo número de anos da carreira?
Essa é uma discussão lata que poderíamos ter sobre administração e emprego. Eu não vou, neste momento e aqui, discutir a carreira dos professores; foi algo que foi construído ao longo de dezenas de anos e, mais especificamente, com muita concertação e com diálogo constante com os muitos Governos que se foram sucedendo em democracia e a carreira dos professores existe tal qual como a conhecemos.
Sabemos, por um lado, que não é exclusiva e essencialmente o tempo que conta na carreira dos professores, mas que existem outras questões. Existe a avaliação e existe também a questão da formação.
(…)
Ainda gostava de voltar ao modelo de avaliação dos professores para lhe perguntar se, em sua opinião, ele é suficientemente bom, se pode ser melhorado ou se acha que os professores que avaliam alunos têm, no fundo, medo de serem avaliados?
O Governo não tinha no seu programa poder mexer nessa questão em concreto, a avaliação dos professores. Os profissionais na administração pública, em termos genéricos, têm formas de avaliação e de progressão muito diversificadas; no fundo foram edifícios que foram sendo construídos ao longo do tempo e que, neste momento, têm a robustez que com essa negociação com os sucessivos governos foi sendo conseguida, por uns e por outros.
Mas entende que haveria necessidade de melhorar este modelo de avaliação ou não?
Isso não está em cima da mesa neste momento, é o que lhe posso dizer. Neste momento não está em cima da mesa mexer na avaliação dos professores.
…o homem já não melhora nada! foi o pior investimento na educação que já vi nos últimos 40 anos!
Falta de vista…
Ele não se pode comprometer nem descomprometer porque, simplesmente, não conhece qualquer dossier da Educação.
Alguém já lhe ouviu algum discurso sobre o que quer para a Educação em Portugal? Nunca!
O que se pode esperar de alguém que não tem uma ideia sobre o que quer?
Já.