Já aqui tinha referido que as alterações para o próximo ano vão ser profundas. Hoje fica a confirmação que as disciplinas de Matemática e Português vão ser “sacrificadas” a bem da igualdade entre as diferentes áreas curriculares. Concordo e já o disse por diversas vezes, esta mania “cratiniana” que para se ser um cidadão de valor, contributivo para a nossa sociedade precisa, acima de tudo, de fazer muito bem contas e conhecer muitas obras literárias a mim não colhe grande simpatia… Não lhes retiro importância, mas à sua real importância e não à importância que muitos lhe querem atribuir.
A escola deve primar por uma formação transversal para que mais tarde surja a especialização, o que temos atualmente é claramente uma subversão desse princípio.
O Governo vai reintroduzir as áreas de cidadania e de projecto nos currículos escolares. Há disciplinas que vão perder carga horária porque a ideia não é aumentar o número de horas que os alunos passam na escola. O secretário de Estado da Educação diz ainda ao Expresso que haverá ainda um reforço das ciências sociais.
“Tenho de emagrecer o currículo actual e fazer um reequilíbrio entre áreas”, disse o secretário de Estado da Educação ao semanário Expresso.
Ao mesmo jornal, o governante diz que há disciplinas como a Geografia e a História que têm poucas horas, tal como a Educação Física. Questionado sobre se as áreas sacrificadas são a Matemática e o Português, João Costa respondeu que “algumas terão de perder”.
Em declarações à Renascença, a presidente da associação de professores de Matemática, Lurdes Figueiral, está ao lado da vontade do Governo. “O que é mais importante é nos proporcionarmos aos alunos um currículo equilibrado nos primeiros anos de aprendizagem. O privilegiar do português e da matemática que tem havido nos últimos anos prejudicou o equilíbrio, e no caso da matemática foi claríssimo prejudicou a relação dos alunos com a disciplina. Não se trata de uma contagem de horas como quem conta espingardas.”
O Governo quer ainda reforçar as horas curriculares de projectos interdisciplinares que impliquem um trabalho entre professores e conteúdos de disciplinas diferentes. Trata-se de dar novo fôlego à área Projecto que segundo o secretário de Estado trouxe muitos bons trabalhos mas não foi plenamente assumida como curricular, e como não contava para a nota final foi desvalorizada.
O que se pretende é que estas actividades sejam agora valorizadas e sejam tão importantes como as aulas tradicionais, sendo sujeitas a uma avaliação tão válida quanto a de um teste escrito.
“Os testes são instrumentos de avaliação muito importantes, mas não podem ser os únicos”, argumenta o secretário de Estado.
Outra área a que o Executivo quer dar força é a da Formação Cívica que foi introduzida em 2001 mas desapareceu em 2012 com o ex-ministro da Educação, Nuno Crato. A forma como esta temática será abordada nas escolas ainda está a ser trabalhada como a secretária de Estado da Igualdade.
“Neste momento é algo que se faz nas escolas de forma voluntária. Mas para nós é evidente que o horário dos alunos tem de complementar. Se não, não vai acontecer”, resume João Costa ao Expresso.
Onde ficam as Artes Visuais e Artes Plástica, assim como a Música e o Teatro? Será que a Educação Física é única no trabalho do corpo?
Concordo.
Sou professor de educação física e sempre achei que a expressão dramática tem sido uma área negligenciada pois creio que é das mais importantes para o desenvolvimento da criatividade e auto estima do ser humano.
Referência ao primeiro ciclo na área das expressões nada…
Estou inteiramente de acordo com as alterações especialmente o incremento da formação civica desde que não seja partirizada; claramente que história e geografia estavam demasiado apagadas
Por enquanto tudo vago, tudo duvidoso, tudo requentado… Veremos como tudo isto se cruza com a municipalização… Um belo embrulho para silenciar os crentes? Espero e pago para ver…
A cidadania pode ser lecionada em cada disciplina.
Deveria haver uma disciplina familiar que é responsabilizar pais e enc de educação para os filhos terem hábitos de trabalho e de estudo.
Com menos horas em matemática e português alunos cada vez mais analfabetos e sem competências com pouca cultura de toda a ordem, o que sabem? Ciências tecnológicas de Facebook e Atitutes de Istagram, de casas dos segredos da falta de nivel de respeito pelo outro da arrogância da incompetência política deste pais que nao reconhecem a escola como fonte e contributo do saber ser e saber fazer…..para saber exercer, seja o que for.
E a avaliação externa vãi realizar-se a todas as disciplinas ou continuamos apenas com matemática e português?
O problema está nos programas e não tanto nas disciplinas. Na minha opinião os programas estão desadequados. Continuamos a tentar resolver o problema começando pelo telhado.
Tendo em conta a melhoria que registámos nos testes internacionais, esta ideia é absurda