Começo com um artigo fantástico, a meu ver, de Marlene Carriço, acerca de um outro modo de olhar para o futuro, aquele que é hoje! Olhar para fora da caixa, de maneira crítica, curiosa, empreendedora e eficaz. Para isso temos que nos aproximar do hoje. Com este artigo veio-me à memória um outro de Bruno Amaral, o qual pode ser lido aqui, relacionado com o programa de Educação Musical do Ensino Básico que há vinte e cinco anos não sofre alterações???????. Só mesmo neste país!!!! Aconselho vivamente a sua leitura e depois tentem ler esta entrevista com Manuela Encarnação, Presidente da APEM, que o Xpressing Music publicou hoje. Neste contexto, acreditando que o mesmo se passará noutros grupos, principalmente os das áreas artísticas, há uma urgência em desacomodar, acordar, incitar, reformar esta nossa maneira de ensinar e de educar. A própria APEM, apesar do desvio pelos pingos da chuva, tem demonstrado inércia e desaconchego para a maioria dos colegas. Em Lisboa faz-se de tudo, mas o resto do país não existe. Quando sabemos que as escolas não promovem as formações na área nem apoiam (nem todas) os professores na formação de projetos deveria ser a APEM a facultar esse apoio quando vivemos a 300, 400 ou 500 Kms da capital. Qualquer verdadeira reforma cria inimigos, uns mais figadais do que outros, mas vivemos um tempo que precisa desse confronto de modo a que um verdadeiro novo tempo se inicie.
Como tenho vindo a salientar ao longos das últimas semanas este problema ainda não tem solução honesta e pacífica à vista. Os Srs. dos colégios, na sua maioria, têm na educação o seu rendimento, muitas vezes em detrimento da qualidade da condição laboral. Sim, há muito bom diretor a ter luxo com o erário público. O Sr. da Fenprof bem que vem a terreiro com aquelas frases “chavão” a que tanto nos habituou, como se fosse douto em saber o que quer que seja, dado que nem leciona. Mas, apesar desta “aparição”, sempre em momentos oportunos, existem dramas familiares iguais ao dos funcionários públicos. Parece que os funcionários privados padecem de uma dor menor, problema menor. O Sr. Investigador como quer que o seu nome perdure, tal como todos os outros que o precederam e respetivas equipas, legisla e só depois, somente depois, se verá como se resolvem os problemas. É tempo, o tal de novo, de começar a casa pelos alicerces e não pelo telhado. O pensar única e exclusivamente no poder e não tendo escrúpulos em relegar para segundo plano o bem comum e o desenvolvimento do país aproxima-nos cada vez mais de um fosso abissal. Tudo isto poderia ter sido evitado se efetivamente houvesse uma verdadeira concertação, digna desse nome.
Por último saliento este artigo de Henrique Neto, pese embora a não simpatia que nutro por ele, que nos faz pensar, continuar a pensar e acreditar, que todo o nosso sistema eleitoral, não só o autárquico, deve ser, também ele, reformado. Todos sabemos como os políticos são movidos. Atualmente os grandes escritórios de advogados, as grandes empresas, fundos, etcétera, sejam eles nacionais ou internacionais são quem mexe as pedras neste tabuleiro global. Não podemos ficar de braços cruzados e aceitar como futuro o nosso quintal. Pertencemos ao mundo e ele também é nosso. É no mundo que os jovens, do mundo, se movem, criam, vivem. Quantos restelos, velhos e novos (são tantos) teremos nós que continuar a sustentar para que consigamos abrir os olhos?
E se a sala de aula desse uma cambalhota?
(Marlene Carriço)
A Educação Musical em foco numa entrevista com Manuela Encarnação
(Xpressing Music)
A reforma das leis eleitorais
(Henrique Neto)