Mais uma notícia alarmante sobre a quantidade de alunos que estão “ritalinados” em sala de aula. Não ponho em causa a prescrição médica pois não tenho competência para tal, mas ponho em causa a não utilização de estratégias alternativas para muitos destes alunos.
1º Quantos destes alunos são apenas uma manifestação da incompetência dos pais na transmissão de regras e valores?
2º Quantos destes alunos são o resultado de um sistema educativo que visa a quantidade, onde o aluno é um mero recetor de conteúdos?
3º Quantos destes alunos são o reflexo de uma sociedade onde a atividade física é colocada em segundo plano e substituída por tecnologia de bolso?
Não quero com isto dizer que o comprimido não resulta, a quantidade de doses diárias provam que o efeito é real, trazendo um alívio grande às famílias e uma alegria ainda maior às farmacêuticas.
Aos pais, quando as alternativas não existem e as queixas são constantes, resolver tudo isto com um pequeno gesto matinal é um mal menor… Se me calhasse a mim, provavelmente tomaria a mesma decisão.
Mas convém lembrar que antigamente chamava-se má educação à irrequietude dos meninos, hoje em dia chamam-lhes vítimas da hiperatividade… Mas a hiperatividade não obriga ninguém a agredir os colegas, não obriga ninguém a insultar o professor ou a questionar a sua autoridade. Hoje já ouvimos à boca cheia que “eu sou hiperativo”, logo estou imune à disciplina e o pior é que os pais vão na conversa…
Uma coisa é certa, a escola e a sociedade em geral não sabe muito bem o que fazer com tanto miúdo irrequieto. Para quem está de fora, fica a sensação que se optou pelo caminho mais rápido, pelo caminho mais simples… Com o tempo saberemos se este foi o mais correto…
https://youtu.be/I0JkoZ00fVI
A ler:
http://encenasaudemental.net/comportamento/insight/medicalizacao-da-educacao/
http://www.educare.pt/opiniao/artigo/ver/?id=27089&langid=1
http://educationmedicalisation.blogspot.pt/?m=1
https://www.publico.pt/2015/01/01/sociedade/noticia/medicalizacao-da-educacao-1680935