Queria começar por me desculpar pelo espaçamento temporal com o qual esta rúbrica foi interrompida, abracei um projeto novo, deixei a paixão falar mais alto, e neste momento estou a lecionar. Sou professora de música, num dos projetos mais bem conseguidos, dos quais alguma vez imaginei fazer parte. Mudei de posição e a vista é diferente, por agora concentrar-me-ei na crítica e tentativa de resolução da estrutura educativa.
Falemos de produção em massa…
Talvez a produção seja demasiada para uma procura tão escassa. O sistema enquadra-se num planeamento para produção em massa, mas de que massa estamos nós a falar?
Estaremos a formar jovens para um mundo que se encontra em constante desenvolvimento? A formar jovens capazes de solucionar doenças do século?
Neste momento o verdadeiro encruzamento passa pela diversidade e pela capacidade de resposta rápida a variadíssimos assuntos, como tal, estar a tratar da especificidade singular de uma disciplina torna-se cansativo e pouco rentável. É então, importantíssimo o apelo à criatividade.
Reparemos que a mudança é necessária quando a insistência não dá frutos. Inovação e empreendedorismo são dois conceitos frequentemente abordados em palestras em diferentes escolas, a invasão tecnológica é definitivamente real, saberemos nós lidar com as suas consequências? Não estaremos a colocar a carroça á frente dos bois?
A educação é a base de uma sociedade bem oleada, que resultados teremos se o óleo não é mudado?
Para quê falar de disciplinas? Para quê falar de testes? Cá fora as coisas são diferentes… mutantes e por vezes cruéis.
Martha Freitas