Pais e professores vigiam-se mutuamentE…
Se vezes há em que se ajustam e se concertam nas suas atitudes educativas, outras há em que o desentendimento se torna um dos maiores obstáculos entre ambos, gerando na criança ou adolescente sentimentos de culpa e de conflito de tal ordem que podem levar a distorcer, a reduzir, a complicar ou mesmo ocultar as informações de que é o único veículo. Cada caso é um caso e grande parte dos conflitos são gerados por incompreensão de parte a parte dos dois lados da mesma luz (não do mesmo problema) – a criança ou adolescente.
A criança sente-se no meio do fogo cruzado entre pais e escola e não os vê a ajudarem-na na mesma direção! Devo fazer o que os meus pais dizem ou o que o professor/professores diz/dizem (como se fosse necessário escolher um dos dois lados).
Pais e professores querem ajudar e “desvendar” a melhor forma de chegar à criança e às suas necessidades, mas não estarão vezes sem conta a remar em sentidos diferentes?
Não existirão reais problemas na comunicação pais-escola, escola-pais?
Como pai ou mãe é preciso ter o direito à calma e à disponibilidade do tutor(a)/diretor(a) de turma, no entanto também é preciso ter a capacidade de aceitar o percurso de um filho “quase desconhecido” no ambiente da escola (pois nem sempre conhecemos o nosso filho-aluno como conhecemos o nosso filho-filho). Em caso de conflitos abertos família-escola/ escola-família instala-se o mal-estar, aumenta a ansiedade e tensão nas crianças e adolescentes, que afinal têm que se confrontar diariamente com o “inimigo/a” dos pais…São as crianças que ficam, todos os dias, no terreno de batalha (a escola).
Uma chave possível para uma comunicação eficaz pais-escola e escola-pais é considerarem-se como parceiros para uma experiência educativa de excelência (de felicidade e de bem-estar para as crianças).
Nas várias mensagens expressas e/ou implícitas usadas na comunicação entre a escola e a família e que se operacionalizam através da criança/aluno podem ser encontrados sentidos que favoreçam uma melhor integração e desenvolvimento dos alunos/filhos.
Assim, escola e pais ao aceitarem-se como complementares na ajuda à criança no seu percurso educativo aliviam grande parte das tensões, acima de tudo para a criança, que aprende a confiar tanto na escola como nos pais, pois ambos valorizam-se na possível ajuda a prestar.
Um dos objetivos do Cinema Sem Conflitos é ajudar a reduzir os níveis de stress e angústia na comunicação com a escola e encoraja cada pai e cada mãe a encontrar estratégias que o/a permita, de forma positiva, enfrentar os desafios familiares (incluindo a ajuda no percurso dos filhos nas escolas) e tirar a máxima satisfação da sua função parental.
Andreia Morais | Psicóloga Clínica, Mestre em Psicologia da Educação
+ artigos da autora em http://cinemasemconflitos.pt/author/aribeira/
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