Nota prévia: As generalizações são sempre perigosas, por isso, fica desde já a ressalva que muitos alunos, fora e dentro da escola, têm respeitado as orientações da DGS.
Na 2ª semana de desconfinamento, começam a surgir cada vez mais comentários nas redes sociais, que confirmam realidades diferentes no cumprimento de regras e consciência cívica. Não que as redes sociais sejam um certificador de alguma coisa, mas são os melhores mirones que andam por aí e os mais desbocados…
Dentro da escola, de uma forma geral, os alunos respeitam as orientações dadas, mas fora da escola a conversa muda de figura.
“A primeira coisa que fazem ao sair da escola é tirar a máscara e juntarem-se para pôr a conversa em dia”
“Vejo as suas partilhas nas redes sociais em grupos nos cafés e bares, sem se preocuparem com máscaras ou distâncias”
“Nós somos jovens e esquecemo-nos facilmente das regras”
Três frases paradigmáticas que representam o que está a acontecer um pouco por todo o lado.
O que me preocupa é que estes são os alunos mais velhos do ensino obrigatório e por norma mais ajuizados. Não posso por isso deixar de pensar, como será quando o ensino básico regressar às escolas? Sabendo de antemão, que os “filtros” da Cidadania e saudável convivência, estão ainda numa fase embrionária de desenvolvimento.
O próximo ano vai ser um verdadeiro desafio ao nível da disciplina escolar, uma disciplina diferente, mas não deixa ser disciplina. O cumprimento de regras, o respeito pelo outro, a noção de coletivo, são princípios que demoram a entranhar na pele dura dos mais novos, sedentos de desafiar diferentes autoridades, diferentes poderes, para se afirmaram enquanto projetos de homens e mulheres.
Neste momento ainda estamos sobre o efeito da anestesia, com os ouvidos dormentes das “marteladas” provenientes de todo o lado, para os riscos do “bicho”.
O tempo irá adormecer o estado de alerta, o tempo dará uma falsa sensação de segurança aos mais novos, mas também aos velhos, a altura perfeita para o “bicho” voltar a morder, quando todos estiverem relaxados com as férias e tudo aquilo que elas trazem de bom.
Ainda estamos no início do desconfinamento e não querendo fazer o papel do profeta da desgraça, vejo sinais preocupantes do que pode estar para vir. E conhecendo os recentes dados económicos, não consigo deixar de pensar que o pior, ainda está mesmo por chegar.
Talvez assim se cumpra o desejo de alguns virologistas que vieram a público afirmar da importância da imunidade de grupo… Mas a que preço?
Espero estar enganado, adoraria estar enganado… e o pior é que ficar fechado em casa até a vacina surgir, também não é a solução.
Sinto mesmo que fomos lixados!
Mas isso é o que fazem quase todos os portugueses, entram no super põe a mascara saem do super tiram a mascara!!!
E não será esta uma prática correta? Seguindo a lógica comportamental, no espaço fechado usa-se a máscara, no espaço ao ar livre, cumprindo a regra do distanciamento social, tira-se a máscara, certo?
Mas eles não cumprem o distanciamento social.